Feco Hamburger está só, por Diógenes Moura - Janaina Torres

São Paulo Brasil

Feco Hamburger está só, por Diógenes Moura

26 de outubro de 2016 | 19:19

Por Diógenes Moura *

O tempo-tempo. Uma obsessão quase científica. O fotógrafo diz que o mundo “é para os fortes”. Por isso, as galáxias. Por isso a natureza-natureza, o homem-mar sobre a rocha-mirante. A fotografia se desloca. O que vai além será sempre a nossa busca diante da solidão cósmica. O tempo-tempo inserido nas ondas das antenas parabólicas. Por isso as repetições. O fotógrafo respira. Repete. Repete. A imagem já não basta. O objeto ultrapassa a mancha fotográfica. A espera derrete segundos. O que esse homem quer dizer? Ele sugere Deus e logo em seguida o apaga. Num corpo invisível observa o universo a partir de uma antena-chaise-longue. Seu astronauta é um homem que também é uma miniatura, uma espécie de super-herói sem retorno. Sim, o mundo “é para os fortes”. Deixe disso. O mundo é para os que sabem enxergar. Ver já não basta. Fotografia já não basta. A garra da traquitana, esse esqueleto de aço-negativo na extremidade poderá modificar o pensamento: diodo emissor de luz, pinças, filme 35mm, ET CETERA assim por diante, os demais, o restante. Fotografia, apenas fotografia já não basta. Ciência versus metáfora. Os Deuses estão exaustos. Feco Hamburger está só.

* Diógenes Moura é curador de Quando percebi era uma aurora, exposição de Feco Hamburger

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